domingo, 22 de novembro de 2009

desnecessária solidão



Viu pela varanda que a tarde esvaía e a falta de notícia a deixou primeiro preocupada. Com o rodar dos ponteiros a preocupação deu lugar a irritabilidade e impaciência.
Palavras, frases pré fabricadas foram construídas e por pouco, ensaiadas. De nada adiantou.
As horas se demoraram e junto veio uma tempestade. Com pingos d'água generosos, ventos uivantes, misto de sentimento de raiva, impotência diante daquele turbilhão de sentimentos simultâneos.
Se soubesse que viver muitas vezes é representado por raios e temporal, nessa hora preferiria a bonança da calmaria.
Olhou-se no espelho e riu de si mesma. Mentiras contadas à ela pra tentar uma conversão nada convincente. A verdade era que tudo que poderia apazigua-la era ouvir sua voz, talvez uma aninhada nos braços, caso não fosse pedir demais.
Mesmo assim resolveu enfrentar a tormenta e saiu. Tentou espairecer, afasta-lo do pensamento, distrair e abster de preocupações fora de seu alcance.
Passado o tempo entendeu que caso não houvesse mais a inquietude, era porque não havia mais sentimento e sentimento, tinham de sobra!