segunda-feira, 6 de outubro de 2008

You've got a new message!

Eu te conheci novinha.O seu jeito de andar continua inconfundível, parece que pula e os pés continuam de pato. Lembro que pra mim,seu sotaque era diferente e até hoje eu gosto de ouvi-lo apesar de ter mudado ligeiramente. Lembro da sua primeira moto e o sorrisão que você apareceu na porta de casa pra mostrar. O banco ainda era daquele modelo, que tinha umas linhas que não sei explicar direito.
Não lembro com exatidão a ordem dos acontecimentos que atravessaram os anos de 2001 a 2007. Sei que exerceram forte reflexo na nossa vida,ora delicioso ora doloroso.
Hoje o que não tiro da memória, são os dias, geralmente contados de 15 em 15. Já contei que durmo do seu lado da cama quando você não está? Visto suas regatas brancas e me esforço pra cuidar das plantas e dos temperos. Conto as noites pra deitar na rede e tomar um vinho contigo, troco os lençois um dia antes de você chegar e deixo tudo em casa pronto, pra passar o máximo de tempo contigo. Repito como um mantra que não vou ser chata nem implicante. Mesmo quando você joga as roupas em cima da bancada preta, deixa as roupas sujas no chão do quarto com a promessa furada que vai levar até a lavanderia e bagunça todo o banheiro. O tênis já me acostumei.
Se você ficasse aqui, quem sabe eu negociaria a troca do desodorante? Não me importaria em comprar aquele mais barato, poderíamos analisar a marca do leite, do danone e talvez daria uma trégua com a idéia de ter um cachorro. Colocaria em prática as receitas "made in google" e aperfeiçoaria o pudim de leite condensado que fiz e ficou uma porcaria!
Porque eu odeio não ter o seu cheiro recém saído do banho pra sentir quando eu bem quiser. Os 65 m² ganham proporções e zeros que nunca existiram quando você se ausenta. Não ouço músicas de lounge e os incensos ficam apagados. Não quero mais ter que deixar aquela fresta da janela semi aberta porque sei que no dia seguinte, não tem panquecas nem leite condensado que irá te deter aqui.
E não precisa ficar triste nem pensar que eu estou mal, entendiada ou vou fazer besteira. Não tem nada a ver com isso. Tem a ver que cada dia que passa, sinto na pele como eu te amo, como somos diferentes e ao mesmo tempo peças de quebra-cabeça. Se aceito essa condição de vida, é porque sei que há reciprocidade, proporções e densidades iguais de saudade e vontade de ficarmos juntos. Pra sempre.

Um comentário:

Timotheo Corrêa disse...

É Ló ..eu sei q posso contar sempre com vc!! Esse detalhe na nossa amizade não tem preço! =)
Pegue o filme na locadora..em portugues se chama Reis e Rainhas...
beijos...
abraço pro meu fuckin´friend Teo!!! =D